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25 de setembro de 2016

On domingo, setembro 25, 2016 by Paróquia N. Senhora da Piedade - Coreaú - CE
Apresentamos o balanço financeiro da Festa de 2016.

Agradecemos as todos pela generosa colaboração que fizeram de diversas formas durante a festa de nossa PADROEIRA. 
Através de sua generosa doação e presença marcante durante as novenas é que atingimos este valor para a manutenção de nossa paroquia.
Deus os abençoe cada vez mais.
Às mais diversas equipes de serviço nosso sincero agradecimento e nossas orações.
Cada um fez aquilo que Deus o capacitou a fazer, sendo assim ninguém fez mais nem menos mas todos fizeram o necessário para que a festa transcorresse na paz e na acolhida.
Que Maria, senhora da Piedade, nos inspire cada vez mais para "fazer tudo o que o Ele vos mandar".





22 de setembro de 2016

On quinta-feira, setembro 22, 2016 by Paróquia N. Senhora da Piedade - Coreaú - CE

F.93
Essa Ficha finaliza o último capítulo do CDSI, a “Doutrina Social e o compromisso dos cristãos leigos”, refletindo sobre “o serviço à economia” e “à política”. Em decorrência dos ensinamentos do CVII, a Doutrina Moral e Social da Igreja, estimula os fiéis leigos a se interessarem por conhecer os modelos de desenvolvimento econômico-social que determinam as opções sociais, além de participarem ativamente da vida política, destinada a promover o bem comum para todos. À luz dos ensinamentos evangélicos, orienta na formação da consciência ética dos cristãos, no sentido de que a participação na construção de uma sociedade justa, humana, solidária e fraterna não deve estar separada da religião, porque a fé deve estar sempre presente nas ações políticas e ambas a serviço do bem comum. A economia deve ser vista como cuidado com a subsistência material e bem estar de todos, e a política, como espaço para a realização da vida de fé, o que significa buscar a conquista dos direitos humanos, civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais de todos e todas.
1 – O serviço à economia
Atualmente, se entende economia como as regras que controlam o mercado financeiro, o preço dos alimentos e objetos de consumo, do salário, dos impostos etc, às quais, de uma forma ou de outra, estamos todos vinculados. No entanto, a palavra economia tem sua origem no termo grego “oikonomos” junção de “oikos” (casa) e “nomos” (administração). Originalmente, portanto, economia diz respeito à administração da casa. Se pensarmos na sociedade, na cidade, no Estado ou no país como uma grande casa, a economia deveria se referir à administração da relação entre os bens produzidos por todos e o acesso de todos aos mesmos bens, através de uma justa e equilibrada distribuição. Ocorre que, a partir da organização das sociedades, os grupos com grande poder econômico passaram a dominar também a política, de forma a garantir a manutenção de uma economia fundada no lucro, comprometendo a sua verdadeira finalidade e compreensão, privilegiando apenas as camadas mais abastadas da sociedade. Com a invenção da moeda e do mercado financeiro, os interesses em ganhar e acumular se sobrepuseram à garantia de vida para todos e, o trabalho humano, que biblicamente era visto como meio para garantir a dignidade da pessoa, passou a ser visto apenas como mais uma mercadoria, criando uma divisão entre trabalho intelectual e artístico, em oposição ao trabalho braçal, que passou a ser subvalorizado, sacrificando o sustento digno do trabalhador e de seus familiares.
Diante da complexidade do atual contexto econômico-social, de uma economia internacionalizada, o fiel leigo deve se deixar guiar pelos princípios do Magistério Social, que coloca em primeiro lugar a centralidade da pessoa humana, concernente à dignidade do homem e dos povos; por uma economia que considere essa dimensão ética de servir o bem da pessoa em todas as suas dimensões; e que tenha uma gerência racional e proveitosa da riqueza material, retomando o sentido original da economia. Aos economistas e responsáveis políticos, cabe advertir para a urgência de se repensar esse sentido de economia, considerando que a pobreza é a questão que mais interpela a consciência humana e cristã e a causa de toda a desigualdade social no mundo. São João XXIII, na Encíclica Mater et Magistra, apresentou uma compreensão social da economia, defendendo que o crescimento econômico só tem sentido quando promove a dignidade dos povos, tema que foi retomado na Constituição PastoralGaudium et spes, que explicitou a questão da solidariedade nas relações econômicas entre os povos e, depois, pelo Beato Paulo VI, na Encíclica Populorum Progressio, quando destacou que o desenvolvimento econômico só tem sentido se houver justiça social que vise promover o fim da miséria.
Nesse sentido, a mensagem de São João Paulo II, para o Dia Mundial da Paz 2000, recorda que um dos maiores problemas econômicos do nosso tempo, não depende da falta de recursos, mas do fato de que as atuais estruturas econômicas, sociais e culturais sentem dificuldade em assumir a justa distribuição de renda. Quanto a isso, será preciso humanizar e harmonizar as exigências da eficiência econômica com as da participação política e da justiça social; isso significa tecer uma rede de solidariedade em torno das demandas econômicas, políticas e sociais trazidas pela globalização. Nesse esforço, destaca-se a importância das agregações de inspiração cristã, de cunho sócio- transformador, como os projetos de economia solidária, agroecologia e economia sustentável, agricultura familiar etc, que atuam no campo econômico como alternativas decisivas para a manutenção da vida.
A recente Encíclica Laudato si, do Papa Francisco, embora tendo como abordagem principal a preocupação ecológica, proclama a responsabilidade da economia e da política, não só sobre a questão ambiental, mas também sobre os problemas sociais, deixando claro que esses campos da atividade humana são férteis para a atuação do cristão leigo. No Encontro Mundial dos Movimentos Populares o papa afirmou que a economia deve estar a serviços dos povos. Um sistema que continua negando a bilhões de irmãos os mais elementares direitos econômicos, sociais e culturais e que atenta contra o projeto de Jesus é injusto e deve ser combatido pelos cristãos.
2 – O serviço à política
De acordo com a Doutrina da Fé, a política é um instrumento necessário para essa transformação socioeconômica, isto é, para fazer o bem chegar a todos. Por isso, para os fiéis leigos, o compromisso político torna-se uma exigência do compromisso cristão, que deve ser vivido como vocação em três níveis de participação: o voto consciente, a militância comprometida com a fé cristã e a candidatura, provendo, assim, o bem comum, abrindo caminhos para o Evangelho. Também a GS, aponta exigências desse compromisso, como um cuidado especial na preparação do exercício do poder, especialmente quando chamados para cargos eletivos, os quais devem ser assumidos em caráter de serviço à coletividade. O Magistério ensina que a consciência cristã bem formada não permite a ninguém favorecer, com o próprio voto, a atuação de um programa político ou de uma só lei, em que os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos com a apresentação de propostas alternativas ou contrárias aos mesmos.
A Carta Apostólica Octogésima adveniens, recomenda optar por partidos que busquem a transformação social, na perspectiva da evangélica opção pelos pobres, e que utilizem métodos participativos, dando espaço ao povo, assim como deve ser uma sociedade democrática. Precisa haver uma adesão sempre crítica, a fim de que o partido e o projeto político sejam estimulados a realizar formas sempre mais atentas e a obter o verdadeiro bem comum, inclusive os fins espirituais do homem. Os cristãos leigos devem atuar como interlocutores entre a Igreja e a sociedade, podendo assumir diferentes formas de participação, desde a filiação a partidos políticos, pleiteando cargos públicos, aos interesses pelos problemas sociais, participando de forma apartidária e não confessional em conselhos de direito e cidadania, movimentos sociais e populares, associações de moradores, ONGs, nas comissões de acompanhamento e fiscalização dos poderes e das políticas públicas, em grupos culturais, étnicos entre outros. Assim, fica claro para o cristão que comprometer-se com a política não é, necessariamente, candidatar-se, mas, também, buscar soluções para os problemas sociais, e nisso todos são responsáveis.
Como iluminação dessa política concreta, a Igreja no Brasil, por uma iniciativa da CNBB, criou o Centro Nacional de Fé e Política “Dom Helder Câmara” (CEFEP) e aComissão Nacional de Fé e Política do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), serviços destinados à formação dos cristãos leigos para a missão política, favorecendo-lhes a aquisição de competência e habilitação para agir no complexo campo político.
De acordo com a GS, a participação dos católicos na política pressupõe o respeito à ”laicidade”, ou seja, a percepção de que há uma distinção entre a esfera política e a religiosa. A laicidade significa reconhecer que a sociedade é plural, e que, portanto, nenhum grupo ou instituição religiosa pode impor sua verdade. Porém, os seus membros devem exercer o direito que todo cidadão tem, que é o de promover e defender, a partir de seus princípios morais e éticos, e através dos mecanismos democráticos, os seus pensamentos e projetos concernentes à vida social, à justiça, à liberdade, ao respeito à vida e aos demais direitos da pessoa. De outro lado, o princípio da laicidade impõe ao Estado, o respeito a toda confissão religiosa, e a garantia ao livre exercício das atividades cultuais, espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes. Por isso, essa relação não pode ser dissociada, pois a política é um dos espaços mais apropriados para se colocar em prática os valores de uma religião, que deve ter, acima de tudo, o compromisso com a dignidade da vida. Recentemente, e de modo especial após as Conferências de Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida, o campo político tem feito parte da missão evangelizadora da Igreja, através da ação corajosa das CEBs, das organizações e pastorais sociais, da Cáritas, dos movimentos sociais, dos comitês de cidadania e Projetos (Mutirão para a superação da Miséria e a Fome, Ética na Política, Ficha Limpa, Plebiscitos), mobilidade humana, as semanas sociais, o Grito dos Excluídos etc., que têm se tornado sinal de esperança do testemunho da fé política dos cristãos.
A ética cristã entende que todo cidadão é chamado para a construção coletiva de uma sociedade democrática, justa, solidária e fraterna. Para que isso ocorra, é necessário que todos participem ativamente da vida econômica e política de sua cidade, estado e de seu país, com o intuito de promover o bem de todos, e isso é uma das formas mais elevadas da caridade, conforme tem frisado o Papa Francisco. É uma missão especial dos cristãos leigos empenharem-se na política, com o Espírito do Evangelho do amor, da verdade e da justiça fazendo a diferença na sociedade.

FONTE: http://www.ambientevirtual.org.br/fichas-de-estudo/ficha-93-a-presenca-dos-leigos-no-servico-a-economia-e-a-politica-38/

13 de setembro de 2016

On terça-feira, setembro 13, 2016 by Paróquia N. Senhora da Piedade - Coreaú - CE
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

F.91Essa Ficha continua a reflexão iniciada anteriormente na Ficha 90, em sua segunda parte do último capítulo:“Doutrina social e compromisso dos cristãos leigos”. O CDSI destaca que o cristão leigo tem por vocação a missão de ser Igreja no mundo secularizado. Na formação dessa vocação de ser sal e luz do mundo, a DSI entra como parte fundamental, cuja base encontra-se na teologia do laicato, desenvolvida a partir da experiência da Ação Católica, explicitada nos ensinamentos do Concílio Vaticano II, especialmente nas reflexões das Constituições Lumen Gentium (LG) e Gaudium et Spes (GS), no Decreto sobre o Apostolado dos leigos Apostolicam Actuositatem (AA), nas Exortações Evangelii Nuntiandi (EN) e Christifideles Laici (ChL) e no Catecismo da Igreja Católica (CIC). Todas as fontes evidenciam o fundamental papel dos leigos na evangelização do mundo moderno, pois estão presentes nas mais diversas realidades e, portanto compete a eles a missão de transformá-lo, segundo as exigências do Evangelho, reafirmadas pelo recente magistério eclesial. Nesta ficha, refletiremos sobre estes quatro primeiros itens: “O cristão leigo”; “A espiritualidade do cristão leigo”; “Agir com prudência” e “Doutrina social e experiência associativa”; os demais serão tratados na sequência desta.



Segundo a LG, os fiéis leigos estão incorporados a Cristo pelo Batismo, e, juntos com os que recebem o sacramento da Ordem e com os religiosos(as), constituem o Povo de Deus, e participam das funções do próprio Cristo: sacerdote, profeta e rei. Por vocação, são chamados a exercer a seu modo a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo. A Exortação Evangelii Nuntiandi (EN) diz claramente que: “O espaço próprio de sua atividade evangelizadora é o mundo vasto e complexo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, das comunicações sociais, e outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento” (EN 70). Portanto, a ação evangelizadora dos leigos contribui para a transformação dessas realidades e para a criação de estruturas justas, segundo os critérios do Evangelho. Na Igreja, são chamados a participar na ação pastoral das comunidades eclesiais, paróquias e dioceses, primeiramente com o testemunho de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de apostolado, segundo as necessidades locais, sob a guia de seus pastores. Além de tais atividades, são também encorajados a participar nas tomadas de decisões pastorais, nos Conselhos Paroquiais, Diocesanos, Administrativos e Econômicos, Assembleias, bem como estar presentes nos sínodos e concílios particulares.
Em suas reflexões sobre o laicato, as Conferências Episcopais latino-americanas, fomentaram o protagonismo dos cristãos-leigos ao assumirem o desafio de tarefas em favor: da humanização da sociedade e do progresso dos mais pobres (Medellin, 15); da promoção da justiça (Puebla, 777); da promoção humana e da cultura cristã (Santo Domingo, 97), sempre e atuando como “discípulos e missionários de Jesus Cristo”, promovendo, através de ações sociais e políticas organizadas, a transformação da sociedade (Aparecida, 283).
A identidade e a motivação dos cristãos leigos nascem da graça divina dos sacramentos e deles se alimentam e, em força desses, assumem a tarefa de anunciar o Evangelho. Por isso, são chamados a cultivar uma espiritualidade apropriada à sua vocação, isto é, segundo o Espírito de Jesus: capaz de olhar para além da história, sem dela se afastar, e de cultivar um amor apaixonado por Deus, sem tirar o olhar dos irmãos. São João Paulo II exortou que a vida cristã deve estar incorporada em todas as realidades humanas, não havendo separação entre a vida espiritual com seus valores e exigências e a secular (ChL 59). Por isso, a relação entre a fé e a vida exige um caminho a ser percorrido, através do itinerário cristão: conhecimento e reflexão da Palavra de Deus; oração pessoal; participação nos sacramentos, de modo especial a Eucaristia; vivência de uma autêntica experiência eclesial no exercício das virtudes sociais e no perseverante esforço de uma formação contínua. Portanto, são meios espirituais que agem no cristão levando-o a uma ação em favor do mundo, do próximo, da Igreja e dele próprio, como homens e mulheres novos, imersos no mistério de Deus, como santificados e santificadores.
Essa espiritualidade cristã implica uma atitude na qual o fiel leigo deve pautar suas ações, segundo as exigências ditadas pela prudência, que permite tomar decisões com coerência, realismo e responsabilidade. Além de ser uma virtude humana, torna-se medida para as outras virtudes, como a justiça, a fortaleza e a temperança (CIC 1805), tal como as ações de Cristo. Desse modo é que os cristãos leigos deverão impregnar e penetrar as realidades temporais, testemunhando Cristo em todas as circunstâncias, inculturando a fé, sendo animadores e promotores do diálogo social como contribuição para a paz.
A liberdade de ação e de organização dos leigos é explicitada, no decreto AA, como direito de fundarem grupos, associações e movimentos que auxiliem a obra apostólica da Igreja. Prioriza-se uma formação que não seja apenas espiritual, mas integral, que tenha como princípios a relação Igreja-mundo-Reino, a dimensão comunitária, a opção pelos pobres, o respeito às questões de gênero, a inculturação, a relação teoria e prática, a pedagogia libertadora e participativa (Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade -Estudo 107 da CNBB), sendo orientada para a atuação nas transformações sociais, procurando dar respostas à sua presença cristã no mundo. Por isso, a DSI apoia e ilumina o papel de grupos/associações/movimentos que agregam docentes católicos, juristas, empresários, trabalhadores, desportistas, ecologistas e outras pessoas oriundas de novos movimentos, empenhados em vivificar de modo cristão os vários setores da ordem temporal. A GS orienta que vale, em cada caso, a distinção entre aquilo que os cristãos, individualmente ou em grupo, fazem em seu nome, como cidadãos levados pela consciência cristã, e aquilo que, em união com os seus pastores, fazem em nome da Igreja. Destaca-se aqui a riqueza e a diversidade dessa presença e atuação: As CEBs, as Pastorais da Juventude; as Pastorais Sociais (da Criança, da Saúde, da Pessoa Idosa, da Educação, CPJP, CIMI, CPT, CEFEP, Cáritas, IBRADES, MCC, TLC, entre outras). Todas essas formas organizativas contam com o apoio do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), associação que congrega movimentos, pastorais e diversas associações, cujo objetivo é representá-los nas demais instâncias da Igreja e na sociedade; e, também, do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), organismo eclesial, que auxilia o Papa nas questões relacionadas a eles e sua missão na Igreja, seja como pessoas individuais, seja através das organizações/associações.
Desde o Concílio Vaticano II, não é mais possível pensar a Igreja sem a participação e a corresponsabilidade dos leigos(as), por isso, a importância de se consolidar um laicato maduro e comprometido com a missão eclesial. O Papa Francisco tem convocado insistentemente os cristãos leigos para a consciência de sua pertença eclesial e de sua missão, sobretudo em relação à cultura pós moderna, mercantilista, hedonista, individualista e autoritária, que precisa do testemunho cristão para tornar o Evangelho credível no mundo. É o que deseja a Igreja, ao entender o cristão leigo como sujeito eclesial, protagonista da sua missão: “como homens e mulheres do mundo no coração da igreja e homens e mulheres da igreja no coração do mundo. Onde vive e atua um cristão, ali precisa existir a vida e a atuação do próprio Cristo” (Documento de Aparecida, 209). É nesse contexto que o conteúdo da DSI revela sua eficácia formativa e, diante da consciência de cada pessoa, desempenha um precioso trabalho de amadurecimento cristão, em conformidade com sua fisionomia eclesial.
       
Para Refletir:
1) Qual a importância da missão e da organização dos cristãos leigos para a vida eclesial e social? Por quê? Quais as consequências desse tema para nossa vida em comunidade?
2)  Dê sua opinião sobre o ensino da DSI como agente de transformação no mundo.

fonte: http://www.ambientevirtual.org.br/fichas-de-estudo/ficha-91-a-dsi-e-o-compromisso-dos-cristaos-leigos-dsi-36/


2 de setembro de 2016

On sexta-feira, setembro 02, 2016 by Paróquia N. Senhora da Piedade - Coreaú - CE

Resultado de imagem para DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA



                        II. DOUTRINA SOCIAL
          E COMPROMISSO DOS CRISTÃOS LEIGOS


4. O serviço à política

565 Para os fiéis leigos, o compromisso político é uma expressão qualificada e exigente do compromisso cristão ao serviço dos outros[1183]. A persecução do bem comum em um espírito de serviço; o desenvolvimento da justiça com uma atenção particular para com as situações de pobreza e sofrimento; o respeito pela autonomia das realidades terrenas; o princípio de subsidiariedade; a promoção do diálogo e da paz no horizonte da solidariedade; são estas as orientações que os cristãos leigos devem inspirar a sua ação política. Todos os crentes, enquanto titulares de direitos e deveres de cidadãos, estão obrigados a respeitar tais orientações; aqueles que têm encargos diretos e institucionais na gestão das complexas problemáticas da coisa pública, seja nas administrações locais, seja nas instituições nacionais e internacionais, deverão tê-los especialmente em conta.

566 Os encargos de responsabilidade nas instituições sociais e políticas exigem um empenho severo e articulado, que saiba pôr de manifesto, com os contributos de reflexão ao debate político, com o planejamento e com as opções operativas, a absoluta necessidade de uma qualificação moral da vida social e política. Uma atenção inadequada à dimensão moral da vida social e política. Uma atenção inadequada em relação a dimensão moral conduz à desumanização da vida associada e das instituições sociais e políticas, consolidando as «estruturas de pecado»[1184]: «Viver e agir politicamente em conformidade com a própria consciência não significa acomodar-se passivamente em posições estranhas ao empenho político ou numa espécie de confessionalismo; é, invés, a expressão com que os cristãos dão o seu coerente contributo para que, através da política, se instaure um ordenamento social mais justo e coerente com a dignidade da pessoa humana»[1185].

567 No contexto do compromisso político do fiel leigo, exige um preciso cuidado a preparação ao exercício do poder, que os crentes devem assumir; especialmente quando são chamados a tais encargos pela confiança dos cidadãos, segundo as regras democráticas. Estes devem apreciar o sistema da democracia, «enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torne oportuno»[1186] e rejeitar grupos ocultos de poder que pretendem condicionar ou subverter o funcionamento das legítimas instituições. O exercício da autoridade deve assumir o caráter de serviço, que se deve desempenhar sempre no âmbito das leis morais para a consecução do bem comum[1187]: quem exerce a autoridade política deve fazer confluir as energias de todos os cidadãos rumo a tal objetivo, não de modo autoritário, mas valendo-se da força moral alimentada pela liberdade.

568 O fiel leigo é chamado a divisar, nas situações políticas concretas, os passos realisticamente possíveis para dar atuação aos princípios e aos valores morais próprios da vida social. Isto exige um método de discernimento[1188]pessoal e comunitário, articulado em torno a algumas passagens cruciais: o conhecimento das situações, analisadas com a ajuda das ciências sociais e dos instrumentos adequados; a reflexão sistemática sobre tais realidades, à luz da mensagem imutável do Evangelho e do ensinamento social da Igreja; a individuação das opções orientadas a fazer evoluir em sentido positivo a presente situação. Da profundidade da escuta e da interpretação da realidade podem nascer opções operativas concretas e eficazes; a estas, todavia, não se deve jamais atribuir um valor absoluto, pois que nenhum problema pode ser resolvido de modo definitivo: «A fé nunca pretendeu manietar num esquema rígido os conteúdos socio-políticos, bem sabendo que a dimensão histórica, em que o homem vive, impõe que se admita a existência de situações não perfeitas e, em muitos casos, em rápida mudança»[1189].
569 Uma situação emblemática para o exercício do discernimento é constituída pelo funcionamento do sistema democrático, atualmente concebido por muitos numa perspectiva agnóstica e relativista, que induz a conceber a verdade como produto determinado pela maioria e condicionado por equilíbrios políticos[1190]. Em um semelhante contexto, o discernimento é particularmente exigente quando se exerce em âmbitos como objetividade e a integridade das informações, a pesquisa científica e as opções econômicas que incidem na vida dos mais pobres ou em realidades que remetem a exigências morais fundamentais e irrenunciáveis, tais como a sacralidade da vida, a indissolubilidade o matrimônio, a promoção da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher.
Em tal situação, são úteis alguns critérios fundamentais: a distinção e, ao mesmo tempo, a conexão entre a ordem legal e a ordem moral; a fidelidade à própria identidade e, ao mesmo tempo, a disponibilidade ao diálogo com todos; a necessidade de que no juízo e no compromisso social o cristão se refira à tríplice e inseparável fidelidade aos valores naturais,respeitando a legítima autonomia das realidades temporais, aos valores morais, promovendo a consciência da dimensão ética intrínseca de cada problema social e político, aos valores sobrenaturais, realizando a sua tarefa no espírito do Evangelho de Jesus Cristo.

570 Quando em âmbitos e realidades que remetem a exigências éticas fundamentais se propõem ou se efetuam opções legislativas e políticas contrárias aos princípios e aos valores cristãos, o Magistério ensina que «a consciência cristã bem formada não permite a ninguém favorecer, com o próprio voto, a atuação de um programa político ou de uma só lei, onde os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos com a apresentação de propostas alternativas ou contrárias aos mesmos»[1191].
Na consideração do caso em que não tenha sido possível evitar a atuação de tais programas políticos ou impedir ou ab-rogar tais leis, o Magistério ensina que um parlamentar, cuja absoluta oposição pessoal a eles fosse clara e notória a todos, poderia licitamente oferecer o próprio apoio a propostas miradas a limitar os danos de tais programas e de tais leis e a diminuir os efeitos negativos no plano da cultura e da moralidade pública. A tal propósito, é emblemático o caso de uma lei abortista[1192]. O seu voto, em todo caso, não pode ser interpretado como adesão a uma lei iníqua, mas tão-somente como um contributo para reduzir as conseqüências negativas de uma disposição legislativa cuja completa responsabilidade recai em quem a propôs.
Tenha-se presente que, em face de das múltiplas exigências morais fundamentais e irrenunciáveis, o testemunho cristão deve considerar-se um dever inderrogável que pode chegar ao sacrifício da vida, ao martírio, em nome da caridade e da dignidade humana[1193]. A história de vinte séculos, inclusive a do último, é rica de mártires da verdade cristã, testemunhos de fé, de esperança, de caridade evangélicas. O martírio é o testemunho da própria conformação pessoal a Jesus crucifixo, que se expressa até na forma suprema de derramar o próprio sangue, de acordo com o ensinamento evangélico: «se o grão de trigo, caído na terra... morrer, produz muito fruto» (Jo 12, 24).

571 O empenho político dos católicos é freqüentemente posto em relação com a «laicidade», ou seja, a distinção entre a esfera política e a religiosa[1194]. Tal distinção «é um valor adquirido e reconhecido pela Igreja, e faz parte do património de civilização já conseguido»[1195]. A doutrina moral católica, todavia, exclui claramente a perspectiva de uma laicida concebida como autonomia da lei moral: «A “laicidade”, de fato, significa, em primeiro lugar, a atitude de quem respeita as verdades resultantes do conhecimento natural que se tem do homem que vive em sociedade, mesmo que essas verdades sejam contemporaneamente ensinadas por uma religião específica, pois a verdade é uma só»[1196]. Buscar sinceramente a verdade, promover e defender com meios lícitos as verdades morais concernentes à vida social ― a justiça, a liberdade, o respeito à vida e aos demais direitos da pessoa ― é direito e dever de todos os membros de uma comunidade social e política.
Quando o Magistério da Igreja se pronuncia sobre questões inerentes à vida social e política, não desatende ás exigências de uma correta interpretação da laicidade, porque «não pretende exercer um poder político nem eliminar a liberdade de opinião dos católicos em questões contingentes. Entende, invés ― como é sua função própria ― instruir e iluminar a consciência dos fiéis, sobretudo dos que se dedicam a uma participação na vida política, para que o seu operar esteja sempre ao serviço da promoção integral da pessoa e do bem comum. O ensinamento social da Igreja não é uma intromissão no governo de cada País. Não há dúvida, porém, que põe um dever moral de coerência aos fiéis leigos, no interior da sua consciência, que é única e unitária»[1197].

572 O princípio da laicidade comporta o respeito de toda confissão religiosa por parte do Estado, «que assegura o livre exercício das atividades cultuais, espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes. Numa sociedade pluralista, a laicidade é um lugar de comunicação entre as diferentes tradições espirituais e a nação»[1198]. Infelizmente permanecem ainda, inclusive nas sociedades democráticas, expressões de laicismo intolerante, que hostilizam qualquer forma de relevância política e cultural da fé, procurando desqualificar o empenho social e político dos cristãos, porque se reconhecem nas verdades ensinadas pela Igreja e obedecem ao dever moral de ser coerentes com a própria consciência; chega-se também e mais radicalmente a negar a própria ética natural. Esta negação, que prospecta uma condição de anarquia moral cuja conseqüência é a prepotência do mais forte sobre o mais fraco, não pode ser acolhida por nenhuma forma legítima de pluralismo, porque mina as próprias bases da convivência humana. À luz deste estado de coisas, «a marginalização do Cristianismo não poderia ajudar ao projeto de uma sociedade futura e à concórdia entre os povos; seria, pelo contrário, uma ameaça para os próprios fundamentos espirituais e culturais da civilização»[1199].

573 Um âmbito particular de discernimento dos fiéis leigos diz respeito as escolhas dos instrumentos políticos, ou seja, a adesão a um partido e às outras expressões da participação política. É preciso operar uma escolha coerente com os valores, tendo em conta as circunstâncias efetivas. Em todo o caso, qualquer escolha deve ser radicada na caridade e voltada para a busca do bem comum[1200]. As instâncias da fé cristã dificilmente são assimiláveis a uma única posição política: pretender que um partido ou uma corrente política correspondam completamente às exigências da fé e da vida cristã gera equívocos perigosos. O cristão não pode encontrar um partido plenamente às exigências éticas que nascem da fé e da pertença à Igreja: a sua adesão a uma corrente política não será jamais ideológica, mas sempre crítica, a fim de que o partido e o seu projeto político sejam estimulados a realizar formas sempre mais atentas a obter o verdadeiro bem comum, inclusive os fins espirituais do homem[1201].

574 A distinção, de um lado, entre instâncias da fé e opções sócio-políticas e, de outro lado, as opções de cada cristão e as realizadas pela comunidade cristã enquanto tal, implica que a adesão a um partido ou corrente política seja considerada uma decisão a título pessoal, legítima ao menos nos limites dos partidos e posições não incompatíveis com a fé e os valores cristãos[1202]. A escolha do partido, da corrente política, das pessoas a quem confiar a vida pública, mesmo empenhando a consciência de cada um, não pode ser entendida como uma escolha exclusivamente individual: «cabe analisar, com objetividade, a situação própria do seu país e procurar iluminá-la, com a luz das palavras inalteráveis do Evangelho; a elas cumpre, haurir princípios de reflexão, normas para julgar e diretrizes para a ação, na doutrina social da Igreja»[1203]. Em todo o caso, «a ninguém é permitido reivindicar exclusivamente, em favor do seu parecer, a autoridade da Igreja»[1204]: os crentes devem antes procurar «esclarecer-se mutuamente num diálogo sincero, guardando a caridade mútua e tendo, antes de mais, o cuidado do bem comum »[1205].


fonte: https://docs.google.com/document/d/1ToVdsas3bUBkmMhwmpr1lE-bZhMok8_MXV7riwAFITY/edit?hl=en